Seguir em frente nem sempre é fugir.
Nem sempre partir é desistir.
Nem sempre é deixar de amar.
Nem sempre!
É possível amar sem aguardar.
É possível amar sem controlar.
O amor verdadeiro nada reclama.
Nada obriga.
Ele ama. Ele vibra.
Não sofre. Não machuca.
Não desgasta. Não se arrasta.
Não morre. Não mata.
Não divide o sentimento em tempo.
Em indagações e inquietações.
Em tormento e desalento.
Em condições e ações.
Ele não cobra. Ele confia.
Ele perdoa. Ele se doa.
Sem espera.
Sem retorno.
Sem medo.
Sem tudo.
Ele é puro.
Incondicional.
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O amor e a paz
Vidas cruzadas
Em seus olhos encontrei
Vidas passadas
Lá, estavam, a tormenta e a paz
Amizade e compreensão
Dúvida e indecisão
Me aproximei, me redescobri,
Me apaixonei, me perdi
Me transtornei, me afastei
Vidas desviadas
O medo, incontido
O perdão, necessário
O amor e a dor
Alguns caminhos adiante
Tortos, retos, incertos
Solitários, sofridos
Inconstantes, torturantes
De muitos percalços
Caminhos do tempo
Aquele tempo que não é nosso
Caminhos da maturidade
Dos ajustes, dos reparos, dos resgates
Da reconstrução
Da sua, da minha, da nossa história
Nós dois, assim, enfim,
Juntos
Pelos caminhos da paz.
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Não sabemos amar
Somos todos egoístas
Hipócritas
E não sabemos amar
Queremos que os outros sejam
Do nosso jeito
Que hajam e reajam
Do nosso jeito
Que da gente gostem
Do nosso jeito
Aquele jeito
Que achamos certo
Que julgamos perfeito
Que respeitam regras
Inexistentes
Incoerentes
De um jogo ilusório e tolo
De jogadores inseguros
Imaturos
Que ainda não sabem amar
Escondemos quem somos
Fazemos birras e bicos
Inventamos condições
Impomos limites
Que nem somos capazes de cumprir
Idealizamos
Muito esperemos
E nos frustramos
Com expectativas que nós mesmos criamos
Com histórias que imaginamos
E esquecemos completamente
Que não existem formas
Nem fórmulas
Muito menos exatas
Somos livres
Únicos
E distintos
Indivíduos reais
Imperfeitos
Cheios de defeitos
Que amam
Que sentem
Que demonstram
Do seu próprio jeito
E o amor?
É energia
Flui, vibra
Expande, retrai
Ilumina
Sem cobrança
É emoção
Sem explicação
É doação.
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Nós também somos os outros
Sempre estamos prontos para reclamar de como somos tratados. Para apontar o dedo, julgar e levar a mal as atitudes dos outros conosco. A brincadeira fora de hora. Uma resposta atravessada. O tom mais elevado. Um jeito mais ríspido ou seco ao falar. Uma ignorada aqui. Um esquecimento ali. E a grande verdade é que também somos os outros de alguém. E até muitos “alguéns”.
Magoamos pessoas que gostamos sem nem perceber. Ofendemos e aborrecemos até mesmo aqueles que nem conhecemos. Falamos no automático. Do jeito que sair. Sem pensar. Vivemos deixando a correria nos levar. Os problemas nos contagiar. As preocupações nos desequilibrar. Esquecemos até mesmo o bom senso e a educação. Descontamos nossos medos, frustrações e tristezas por aí. Deixamos nosso ego, orgulho e excesso de amor próprio nos dominar.
E, assim, devagarinho, a raiva, o ódio, as mágoas e a necessidade de vingança vão chegando e tomando conta do pedaço. Sem a gente perceber. Nos contaminam. Nos machucam. Nos fazem sofrer. E, principalmente, esquecer que estas são grandes oportunidades de nos tornarmos melhores. São exercícios diários que nos auxiliam a sermos mais humildes, tolerantes e compreensivos com os outros. Aqueles outros lá, que também somos. A prática é difícil, dolorosa e cheia de quedas. Mas ainda assim já é alguma coisa, pois é uma tentativa. E aí, como você tem tratado os outros?
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Como vai o seu primeiro amor?
Cada um de nós tem uma maneira de enfrentar a desilusão amorosa. Alguns decidem cair na balada e se divertir como se não houvesse amanhã. Como se uma multidão e algumas doses de um drink qualquer pudessem preencher a sua solidão. As suas carências. E apagar aquela dor. Como se uma porção de sentimentos rasos e superficiais fosse menos dolorida ao coração que aceitar a desilusão.
Alguns acreditam que “Um amor cura outro”. E, sem perceber, entram num círculo vicioso, difícil de sair. Outros orgulham-se com a frase “Solteiro sim, sozinho nunca”. O que não sabem é que será sozinho que conseguirão encontrar o amparo e amor que precisam.
Do outro lado temos o time dos que desistem de amar. Dos que foram tão machucados que não querem nunca mais ouvir falar sobre aquele tal sentimento que ninguém sabe explicar. E que a maioria não sabe vivenciar. Escondem-se. Entregam-se à solidão. E falam pelos quatro cantos “Antes só do que mal acompanhado”. A intenção é boa. Mas muitos caem em depressão. E não se enxergam assim. Encontram muletas para sustentar o peso e a culpa pelo desamor. E não conseguem se reerguer. Vivem de migalhas do passado. De lembranças. De ilusões. De possíveis reencontros e recomeços. De amores repetidos. De buscas desesperadas. Tornam-se vítimas de si mesmo. Aceitam todo o tipo de maus tratos. O que não sabem é que para a solidão fazer efeito, ela precisa ser vivida de verdade.
Por isso, felizes daqueles que decidem realmente enfrentar a solidão. E a perdoar o passado sofrido. Bem fazem os que buscam a si mesmos e aprendem a ser só. A gostarem de ser só. A serem felizes e completos mesmo sem terem um amor pra chamar de seu. Pois, esses são preenchidos por um outro amor. Mais sublime e profundo. O verdadeiro primeiro amor. O amor próprio.
E assim logo estão prontos para viver uma linda e saudável história de amor.
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Com fé rezamos, sem otimismo surtamos
Com fé rezamos pedindo que seja feita a vontade divina. Com fé rezamosesperando que o mal seja afastado. E o bem aproximado. De repente alguma coisa acontece no meio do caminho. E nos tornamos pessoas controladoras, mimadas e imediatistas.
Queremos que tudo aconteça do nosso jeito, ao nosso tempo. Já não importa mais se é o mal ou o bem. Queremos o que queremos e neste instante. Esquecemos de questionar: “Será tão bom mesmo esse bem para mim?” Nem percebemos que por vezes queremos o que julgamos como bem. E não o verdadeiro bem, aquele que precisamos e merecemos.
Pouco a pouco, a confiança e a esperança desaparecem. Nossos pensamentos positivos transformam-se subitamente em negativos. E se perdem na nossa mente, acompanhados pela nossa criativa imaginação. E torturados, enlouquecem, tentando encontrar a saída de um labirinto sem fim. Com fé rezamos, sem otimismo surtamos.
Não adianta com fé rezar, sem confiar, sem entregar, sem esperar.
Não adianta com fé rezar, sem trabalhar, sem vigiar, sem se dedicar.
Com fé, reze. Com fé, aguarde. Com fé, acredite. Com fé, busque. A paciência, a maturidade e o equilíbrio. A paz espiritual.
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Gosto de você
Gosto do seu jeito sensato
Das palavras certas
Nos momentos incertos
Gosto do seu jeito sereno
Que me acalma
Com apenas um olhar
Gosto do seu jeito imperfeito
Que com seus defeitos
Vive a me desafiar
Gosto do seu jeito engraçado
Inventando piadas bobas
Só pra me ver gargalhar
Gosto quando o tempo para
No seu olhar amoroso
No seu sorriso generoso
Mas o que mais gosto mesmo
É da sua fé
Da sua paz
E do jeito que me faz acreditar
Que o melhor sempre virá
Não importa se perto ou se longe
Você sabe onde sempre estará.
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Receita para ser magro
Emagrecer é muito mais do que ver o ponteiro da balança baixar.
É muito mais do que aprender a fechar a boca e não abrir a geladeira toda hora.
É uma receita única e pessoal, preparada com muito sacrifício e superação.
O segredo para essa receita é o fermento.
Ele trará o crescimento interior. E fará você ser, viver e pensar como magro.
Para isso, adicione autoanálises e uma grande porção de autoconhecimento.
Coloque pitadas generosas de otimismo, motivação e autoestima.
Aprenda a dosar os ingredientes, as atitudes e os pensamentos.
Para preparar essa receita é necessário muitas colheres de equilíbrio, paciência e tempo.
É preciso controlar a mente, as expectativas, as frustrações e lidar com seus limites.
Tem que misturar tudo e mexer muito. A massa e o corpo.
Até cansar. Até queimar. As gorduras e as calorias.
Essa receita tem que ser preparada e consumida todos os dias.
Com ela você vai perder um quilo de cada vez.
E sentirá o sabor da vitória a cada grama eliminada.
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Nós todos somos Noé e temos uma arca
Trilha sonora: The Spirit Of The Creator Moved Upon The Face Of The Waters
Sempre que a tormenta se aproximar, volte para dentro de si mesmo. Junte sua mente e o coração para construir a sua arca. Ela será a sua proteção. A sua reflexão. Lute contra os maus pensamentos. Não os deixe entrar. Feche as portas para o que for ruim. Caso contrário, será difícil seguir em frente e se manter vivo.
Leve com você apenas os bons pensamentos e o amor. São eles que vão te dar a força, a coragem e a paciência necessárias para suportar os momentos mais difíceis. E em hipótese alguma deixe a esperança e a fé fora desse barco. Acredite, a tempestade vai passar. E quando a calmaria chegar e você em terra firme estiver, é hora das novas atitudes em prática colocar. E o aprendizado compartilhar. É tempo de recomeçar.
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* Esse texto eu escrevi logo após assistir o filme Noé. Assim que saí do cinema, a reflexão foi inevitável. Por isso, a escolha desta trilha sonora.
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Receita do dia: Bolo dos Noivos
Trilha sonora sugerida: Love is not a fight, Warren Barfield
Não, o Lentes não virou um blog de culinária. Muito menos esta é uma receita de bolo servido em casamentos. Esta receita foi a maneira que encontrei de desejar um “Sejam felizes para sempre” a uma das minhas melhores amigas que esta prestes a subir ao altar.
Esta receita também não fala sobre o casal em questão. Embora a inspiração tenha vindo para presenteá-los, este é um texto que serve para qualquer casal. Pois mais difícil que definir o amor, é vivê-lo e mantê-lo. Ainda mais nos dias de hoje. Receita pronta não existe. O que sugiro aqui são alguns ingredientes indispensáveis e um modo de preparo especial. O resto é com vocês! 😉 <3