Sempre estamos prontos para reclamar de como somos tratados. Para apontar o dedo, julgar e levar a mal as atitudes dos outros conosco. A brincadeira fora de hora. Uma resposta atravessada. O tom mais elevado. Um jeito mais ríspido ou seco ao falar. Uma ignorada aqui. Um esquecimento ali. E a grande verdade é que também somos os outros de alguém. E até muitos “alguéns”.
Magoamos pessoas que gostamos sem nem perceber. Ofendemos e aborrecemos até mesmo aqueles que nem conhecemos. Falamos no automático. Do jeito que sair. Sem pensar. Vivemos deixando a correria nos levar. Os problemas nos contagiar. As preocupações nos desequilibrar. Esquecemos até mesmo o bom senso e a educação. Descontamos nossos medos, frustrações e tristezas por aí. Deixamos nosso ego, orgulho e excesso de amor próprio nos dominar.
E, assim, devagarinho, a raiva, o ódio, as mágoas e a necessidade de vingança vão chegando e tomando conta do pedaço. Sem a gente perceber. Nos contaminam. Nos machucam. Nos fazem sofrer. E, principalmente, esquecer que estas são grandes oportunidades de nos tornarmos melhores. São exercícios diários que nos auxiliam a sermos mais humildes, tolerantes e compreensivos com os outros. Aqueles outros lá, que também somos. A prática é difícil, dolorosa e cheia de quedas. Mas ainda assim já é alguma coisa, pois é uma tentativa. E aí, como você tem tratado os outros?